Como Começar a Desenhar?
O desenho é uma forma de expressão universal, uma linguagem visual que nos permite comunicar ideias, emoções e observações. Para muitos, a ideia de começar a desenhar pode parecer intimidante, mas a verdade é que, com a compreensão dos fundamentos do desenho, qualquer pessoa pode embarcar nessa jornada criativa. Este artigo não serve apenas como seu guia simples, mas também para desvendar os pilares dessa arte fascinante.
Materiais Básicos: Seus Companheiros de Criação no Desenhos
Primeiramente antes de mergulhar nas técnicas, é crucial conhecer as ferramentas essenciais para essa jornada. A arte vai além de prática e dedicação, além disso, é sobre conhecimento. Não é preciso um investimento alto para começar; com alguns itens essenciais, você já pode dar os primeiros traços:
Lápis
O material mais importante quando o assunto é desenhos. Os lápis de grafite são classificados por sua dureza (H para duros, B para macios). Lápis H (2H, 4H) são ideais para esboços leves e detalhes finos, enquanto os B (2B, 4B, 6B, 8B) são perfeitos para sombras profundas e linhas mais escuras. Uma boa variedade de lápis (ex: HB, 2B, 4B, 6B) é um ótimo ponto de partida. Portanto, se você não tiver condições para adquirir esses tipos de materiais, você também pode usar os lápis mais simples e comuns que você tiver em sua casa.

Papel
A superfície onde sua arte não toma só forma, mas também vida. Papel Sulfite – É o mais acessível e amplamente utilizado, é ideal para esboços rápidos, rascunhos e estudos com grafite, lápis de cor e canetas. Sua superfície lisa permite um bom deslizamento dos materiais e é perfeito para o uso diário. Papel Canson – Um clássico entre artistas, este papel é conhecido por sua qualidade e versatilidade. Sua composição de fibras permite maior absorção e durabilidade. Papel Bristol – Este papel é valorizado por sua superfície extremamente lisa e gramatura elevada, é a escolha perfeita para trabalhos que exigem precisão e detalhe, como ilustrações a nanquim, caneta, aerógrafo e marcadores. Sua lisura impede que a tinta “vase” e proporciona cores vibrantes e linhas nítidas.

Borracha
Essenciais não apenas para corrigir erros, mas também para criar luzes e texturas. Portanto, a borracha comum é útil para grandes áreas, enquanto a borracha maleável (ou limpa-tipos) é excelente para remover grafite sem danificar o papel e para criar realces sutis.

Esfuminho
Ferramentas de papel prensado em forma de bastão, usadas para suavizar transições de tom e criar efeitos de fumaça ou neblina. São ideais para misturar grafite e dar um acabamento mais profissional ao seu desenho. Mas, se você não tiver ou não encontrar um esfuminho, você também pode está usando um cotonete ou um pedaço de papel higiênico.

Apontador
Mantenha seus lápis sempre afiados para garantir traços precisos e consistentes. O apontador de lápis é essencial no desenho, pois garante pontas afiadas que permitem traços precisos, maior controle artístico e acabamento limpo. Além disso, contribui para a durabilidade do lápis e faz parte do ritual criativo de muitos artistas.

Técnicas de Empunhadura e Traço: A Linguagem das Linhas no Desenho
A forma como você segura o lápis impacta diretamente o tipo de traço que você produz. Por isso, é necessário dominar algumas técnicas de empunhadura e traço abrirá um leque de possibilidades em seus desenhos:
- Empunhadura para controle (Tipo escrita): Para detalhes finos e linhas precisas, segure o lápis como se fosse escrever, próximo à ponta. Isso oferece maior controle e precisão.
- Empunhadura para liberdade (Tipo pintura): Com o objetivo de criar esboços soltos, sombreamento de grandes áreas ou gestos amplos, segure o lápis mais afastado da ponta, permitindo que sua mão e braço se movam livremente.
- Tipos de Linhas:
- Contínua: Usada para contornos definidos e estruturas principais.
- Pontilhada: Sugere movimento, textura ou uma linha que não é totalmente visível.
- Tracejada: Indicada para linhas de construção, guias ou para representar elementos que estão atrás de outros.
- Variação de Pressão: Experimente aplicar diferentes níveis de pressão ao lápis para criar linhas mais claras ou mais escuras, adicionando dinamismo aos seus traços.

Noções de Perspectiva: Criando a Ilusão de Profundidade no desenho
A perspectiva é a arte de criar a ilusão de três dimensões em uma superfície bidimensional. Contudo, compreender suas noções básicas é fundamental para que seus desenhos não pareçam planos:
- Ponto de Fuga: É o ponto na linha do horizonte onde todas as linhas paralelas (na vida real) parecem convergir. Desenhos podem ter um, dois ou múltiplos pontos de fuga, dependendo da complexidade da cena.
- Linha do Horizonte: Representa o nível dos olhos do observador. Objetos acima da linha do horizonte serão vistos de baixo, e objetos abaixo serão vistos de cima.
- Perspectiva Linear: Baseia-se na ideia de que objetos parecem menores à medida que se afastam do observador, e linhas paralelas parecem convergir para um ponto de fuga. É a base para desenhar edifícios, ruas e objetos em profundidade.
- Perspectiva Atmosférica: Refere-se à forma como a atmosfera (ar, poluição) afeta a aparência dos objetos à distância. Objetos mais distantes tendem a ser mais claros, menos saturados e com menos contraste, embaçados pela atmosfera.

Luz e Sombra: Dando Volume e Vida aos Objetos na Arte
A luz e sombra são os elementos que transformam um desenho plano em algo com volume, forma e profundidade. Assim, sem elas, seus objetos pareceriam sem vida.
- Fonte de Luz: Identifique de onde a luz está vindo. Isso determinará onde as sombras serão projetadas.
- Meios-Tons: São as áreas entre a luz mais intensa e a sombra mais profunda.
- Sombra Projetada: A sombra que um objeto lança sobre a superfície em que está ou sobre outros objetos.
- Sombra Própria: A parte do objeto que está virada para longe da fonte de luz.
- Reflexo de Luz (Highlight): O ponto mais claro no objeto, onde a luz incide diretamente e é refletida com mais intensidade.
- Tom e Valor: A capacidade de criar uma gama de tons (do branco puro ao preto mais profundo) é crucial. Pratique exercícios de escala de valores para desenvolver sua percepção e controle tonal.

Composição: A Arte de Organizar Elementos no Desenho
A formação é o arranjo estratégico de elementos dentro do espaço do seu desenho para criar equilíbrio, harmonia e impacto visual. Por isso, uma boa composição guia o olhar do espectador e transmite a mensagem desejada.
- Regra dos Terços: Divida seu papel em nove seções iguais (duas linhas horizontais e duas verticais). Posicione elementos importantes nos pontos de interseção ou ao longo das linhas para uma composição mais dinâmica e interessante.
- Equilíbrio: Pode ser simétrico (elementos distribuídos uniformemente em ambos os lados) ou assimétrico (elementos desiguais, mas com peso visual equilibrado).
- Ponto Focal: O elemento principal que atrai a atenção do espectador.
- Espaço Negativo: As áreas vazias ao redor e entre os objetos em seu desenho. O espaço negativo é tão importante quanto o espaço positivo (os objetos em si) para criar uma composição eficaz.
- Linhas de Guia e Fluxo: Use linhas implícitas ou explícitas para guiar o olhar do espectador através do desenho.
Em resumo, dominar os fundamentos do desenho é um processo contínuo que exige prática e paciência. Então, comece com exercícios simples, desenhe objetos do cotidiano e, acima de tudo, divirta-se. Enfim lembre-se, cada traço é uma oportunidade de aprendizado e crescimento. Qual desses fundamentos você está mais animado para explorar em seus próximos desenhos? Quer aprender mais sobre desenhos? Clique Aqui!